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02/12/24

Fanatismo e Fundamentalismo Religioso Extremista

 

Com licença:

- Afinal é ou não é meu direito,  acreditar

em Jesus Cristo e não acreditar na bíblia,

se assim eu desejar?

- Os protestantes dizem que não.

 

Fanáticos e Fundamentalistas têm travas nos olhos, como aqueles burros de carga que não conseguem ver o que está do seu lado, tem horizonte estreito, tem medo de caminhar pelos próprios pés e por isso escolhem ser levados pelas mãos de outros seres humanos que se acham acima do bem e do mal.

 

Fundamentalistas sofrem lavagem cerebral e nada fazem para sair do comodismo desta condição, são em essência infinitamente hipócritas, por que têm plena consciência de que estão "se encostando" na religião para encobrir seus medos, suas culpas, seus ódios, suas invejas e suas mazelas.

 

Fundamentalistas são seres humanos desprezíveis que querem imputar a verdade das suas crenças como se fosse a única e absoluta, e converter a todos os seres humanos a condição de miséria espiritual em que vivem, para que todos sejam pessoas tão "rasas" quanto eles.

 



 

Por que somente assim conseguem se sentir como se fossem as pessoas dignas que jamais serão. Por que precisam de mais gente para provar uma ideologia escrota e superficial, que eles resolveram adotar por preguiça de buscarem as suas verdades dentro de si mesmos, por preguiça de se trabalharem espiritualmente e moralmente. Isso requer um trabalho e um esforço de toda uma vida, coisa que eles não têm competência para fazer. Quem precisa provar algo para os outros, é por que lá no fundo não tem certeza do que está postulando.

 

Não entendi ainda por que aqui no Brasil, as pessoas insistem em não acreditar que estamos caminhando para um fundamentalismo tão exacerbado quanto aquele que já provocou inúmeras guerras e mortes em outros países. Lembrando que este é só mais um, dos milhares de modismos importados dos Estados Unidos. Como sempre brasileiro sem ideologia, sem personalidade, imitando feito macaco, os países “desenvolvidos”.

O pior cego é aquele que não quer ver.

Edna Molina

Fonte:

Publicado pela primeira vez em 03/09/2014, no blog A Tecedeira.

https://atecedeira.blogspot.com/search?q=fundamentalismo

 

03/09/19

Poética - Análise de Poema


Curso: Licenciatura em Letras – Português/Inglês
Disciplina: Poética – Literatura Brasileira
Análise de Poema – Cláudio Manoel da Costa
Poemas Escolhidos - Soneto I

– “Para cantar de amor tenros cuidados,
Tomo entre vós, ó montes, o instrumento;
Ouvi pois o meu fúnebre lamento;
Se é, que de compaixão sois animados”
...


Este poema faz parte das Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio, foi publicado em Coimbra, onde o poeta estudou, em 1768 e republicado em 1903.
O eu-lírico aparece na forma de figuras mitológicas, “Orfeu, Anfião, Gênios, Apolo”. Ele pede compaixão à natureza, há uma interação, contexto bucólico, faz dos “montes” um instrumento para cantar o amor.
Cláudio Manoel da Costa entendia que o Arcadismo representava uma forte mudança de pensamento e estética, seus poemas tinham um toque renascentista e barroco. Ele segue o fluxo das mudanças da época e apresenta em seus poemas linguagem clara, sem os excessos de metáforas, antíteses, linguagem rebuscada e paradoxos do estilo barroco, seguindo o fluxo da transição do mesmo para o Arcadismo.
Embora os poetas de sua época abolissem as rimas, ele resolveu mantê-las. Ressalta as penhas, grutas e rochedos que se referem à paisagem nativa de Mariana-MG, onde nasceu, sendo um poeta telúrico.
Ele se inspira no encontro do homem com a natureza, a fuga da cidade para o campo, buscando o equilíbrio. Através de poesias líricas, fala de seus sentimentos, e do desejo de se afastar da vida urbana e suas futilidades.



Referências Bibliográficas:
Material didático – Literatura Brasileira: Poética – Unidade II. Disponível em: < https://bb.cruzeirodosulvirtual.com.br/bbcswebdav/courses/982_12_60_BACKUP/backup_lit_bra_poe_grad_content/un_II/teorico.pdf>. Acesso em: 17/05/2016.


15/11/16

Educação x Pobreza - Filosofia nas Escolas = Degradação Social


A consequência da pobreza no Brasil, é decorrente
de uma educação pobre: em todos os níveis.1



A pobreza precisa ser erradicada sim, óbvio, mas o analfabetismo também é "inerradicável", por que é do interesse das minorias monopolizadoras dominantes. Se tivéssemos educação de qualidade a pobreza poderia ser efetivamente erradicada. Se houvesse "vontade política", as escolas e professores chegariam até os confins de qualquer parte do país, levando merenda, ou o que fosse preciso para uma educação decente.

Ainda assim, ensinar a escrever o nome e um bilhete, não é alfabetizar. Vá a um ponto de ônibus e pergunte para qualquer pessoa: “Você terminou os estudos?” 90% delas responderá: “Sim, já acabei o terceiro”. Ora! Desde quando terminar o segundo grau é "terminar os estudos", como corre "a boca pequena"?!? Que tipo de entendimento do que é "se formar", é este gente? De onde veio? #indignada
O segundo grau não dá profissão nenhuma. Temos uma população que, ao final do segundo grau escreve "menas", "ci centindo", "excessão"! São os chamados "analfabetos funcionais", ainda pior são os universitários cometendo erros infantis em resenhas e outros trabalhos. #javimuito
O Brasil não soube implantar a progressão continuada do prof. Paulo Freire (ou não era conveniente?), seria preciso antes desconstruir a cultura do paternalismo exacerbado pela ditadura. O paternalismo é arrogante porque considera as pessoas incapazes, ninguém é burro não, esta atitude torna a população uns "mimadinhos", sem vontade, preguiçosos, querem tudo fácil, e pior: cansei de ouvir pessoas trocando a palavra roubar por “pegar”. Oi!? Consciência, por onde andas?!
Gente mimada não evolui, não toma conta da própria vida, só sabe criticar os outros, invejar aqueles que vão em frente, não sabe, não quer, assumir a responsabilidade pela própria educação, como a progressão continuada exige, desconhece o significado de meritocracia.
Embora o ensino tecnicista tenha seu grau de importância para um país, da maneira como é coordenado hoje, não forma um cidadão, não adianta termos "especialistas de cabeça vazia". Há que se ensinar a pensar, coerentemente, criticamente. A Filosofia faz isso, não pode ser retirada das escolas, ou ser "matéria opcional.
Nossos adolescentes ainda não podem simplesmente abrir as suas asas e jogar-se no vácuo das escolhas sensatas! Por que eles não têm asas! Motivo? Simples: são filhos do paternalismo. A filosofia é matéria fundamental do pensamento. Estão cometendo o mesmo "erro" de implantação da progressão continuada, na intenção de tornar os brasileiros menos "pensantes", isso é absurdamente claro!
Me admira a nossa mídia, formadora de opiniões...Só pode ser muito manipulada, caso contrário estariam colocando a “boca no trombone” contra esta insensatez, contra este descaso com a geração vindoura, estão criando mais "vaquinhas de presépio", como se já não as tivéssemos abundantemente por aqui.
Tudo isso no século XXI. A Inteligência Artificial batendo às nossas portas. Bem me lembro, no século passado, há 37 anos um comentário: “no século vindouro o mundo será dividido apenas em 2: os ricos, cada vez mais ricos e os pobres, cada vez mais pobres". #constatando
Sem falar dos professores: cursaram filosofia para quê? Triste... :( o Brasil está regredindo na educação. #nãosouprofessoradefilosofia
Este texto é resultado de um comentário no post de uma querida amiga que é psicóloga, a Patrícia Cazeiro. Quando, raramente, entro no facebook, dou uma olhada nos murais das pessoas que respeito e a Paty é uma delas, inspiradora! Gratidão Paty, este post dedico a você.

1.me
Edna Molina
Novembro/2016 


Glossário:
O que é "ensino": substantivo masculino - 1. transferência de conhecimento, de informação, esp. de caráter geral; instrução."e. superior" - 2. p.met. o sistema (e os métodos) adequado a essa transferência.

O que é "educação": substantivo feminino - 1.ato ou processo de educar(-se). - 2.aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano; pedagogia, didática, ensino.


16/09/16

Romantismo em Portugal - Fase Ultrarromântica



Características do 2º período do Romantismo em Portugal,

no trecho final do livro Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco.


 

Em Amor de Perdição observa-se o toque do drama, da tragédia e do sentimentalismo, característicos da segunda fase do Romantismo, chamada “Ultrarromântica”.


No começo é possível observar a abnegação e resignação em Mariana: - “... sentada com o rosto sobre os joelhos, parecia sucumbir ao quebranto das trabalhosas e aflitivas horas daquele dia...”, mas ela continuava ali, velando por ele, “entregue à paixão que lhe abrasa o coração”! – veja o drama!

Na postura de Simão, humanização do vento: “... atento a um assobio da ventania: devia de soar-lhe como um ai plangente aquele silvo agudo...”, até o vento estava lamentoso! Ele, desolado, enredado em sua incomensurável tristeza, acaba imputando ao vento seus sentimentos sombrios...

Também surge Atração pela morte e resignação na carta de Teresa: "... É já o meu espírito que te fala Simão... A hora que te escrevo, tu estás para entrar na nau dos degredados, e eu na sepultura...”. Ela tinha tuberculose e consciente de que sua doença era incurável, ela aceita a morte, quase agradecida, por que sua partida para o além tiraria do seu peito a dor pungente pela ausência do seu amado.

Linguagem oral do diálogo: “... Quem te diria que eu morri, se não fosse eu mesma, Simão...”? Ela pergunta, como se Simão estivesse a ouvi-la e pudesse responder... talvez num sussurro dos ventos...

escapismo e a fantasia surgem aqui“... A vida era bela... Estou vendo a casinha que tu descrevias...cercada de árvores, flores e aves...Estrelava-se o céu, e a Lua abrilhantava a água...”.

Camilo Castelo Branco foi o principal autor romancista de Portugal, teve uma vida sofrida e trágica o que é refletido em sua obra.



Ele escreveu também:

"Anátema (1851)

Livro negro de Padre Dinis (1855)

Onde está a felicidade? (1856)

Carlota Ângela (1858)

Amor de perdição (1862)

Coração, cabeça e estômago (1862)

Amor de salvação (1864)

Memórias de Guilherme do Amaral (1865)

A queda dum anjo (1866)

A doida do Candal (1867)

Novelas do Minho (1875-1877, 2 volumes)

Eusébio Macário (1879)"


Análise por: Edna Molina 


Referências:

"Romantismo em Portugal" em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-romantismo-portugal.htm

Apostila da Universidade Cruzeiro do Sul – Unidade II – Literatura Portuguesa – Prosa

https://pt.wikipedia.org/wiki/Camilo_Castelo_Branco

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ultrarromantismo#Caracter.C3.ADsticas_gerais

Acesso em 14/09/2016 - Texto base disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00063a.pdf

 

Mini Biografia do Autor

Camilo Castelo Branco foi um dos maiores escritores portugueses do século XIX. Considerado o expoente do romantismo em Portugal.

O escritor nasceu em 1825, em Lisboa. Ficou órfão de mãe e pai muito jovem e foi criado por uma tia, em Vila Real. Estudou na Escola Médica do Porto e, mais tarde, em Direito.

Camilo tinha uma personalidade irrequieta e inconstante e esteve envolvido em polêmicas durante toda a sua vida. A sua vida pessoal foi muito tumultuada. Casou aos 16 anos e as suas ligações amorosas eram motivo de escândalo para a moral vigente.

O relacionamento mais marcante foi o que teve com Ana Plácido, também escritora. Esta relação levou os dois à prisão. Camilo foi acusado de “cópula com mulher casada”, já que Ana era casada com um rico comerciante brasileiro que aqui vivia. Foi na cadeia que, em menos de 15 dias, Camilo Castelo Branco escreveu o clássico “Amor de Perdição”, no ano de 1861.

Ao fim de um ano de prisão, Camilo e Ana Plácido são absolvidos dos crimes que tinham sido condenados (curiosamente pelo Juiz José Maria de Almeida Teixeira de Queiroz, pai do então muito pequeno, Eça de Queiroz.

Entre 1862 e 1863, Camilo publica onze novelas e romances, atingindo uma notoriedade dificilmente igualável. Tornou-se o primeiro escritor profissional em Portugal. Em toda a sua vida, produziu mais de 250 obras, com média superior a 6 livros por ano.

A partir de 1865 começou a sofrer de uma progressiva cegueira. A morte do filho e as dívidas, somadas à cegueira foram motivos do seu suicídio, com um tiro de revólver, aos 65 anos, em Famalicão.

 

Curiosidades

Em 2012, um exemplar da 1ª edição de “Amor de Perdição” foi vendida por 2.300 euros.

 

Traduções e adaptações

Após a sua publicação, o Amor de Perdição depressa se tornou na obra mais conhecida do autor. Foi traduzida para o espanhol, italiano, alemão, russo, norueguês, inglês, mandarim, dentre outras.

Amor de Perdição foi adaptado seis vezes para cinema e uma vez para o teatro. Também serviu de inspiração para novela, na televisão brasileira (TV Cultura).

A presente obra encontra-se sob domínio público ao abrigo do art.º 38 do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (70 anos após a morte do autor). Você pode acessá-la aqui.

Fonte: https://viverbemportugal.com.br/amor-de-perdicao-de-camilo-castelo-branco/

18/12/15

Gestão Ambiental e Responsabilidade Social - Tratamento de Resíduos Químicos Perigosos



Atividade proposta: métodos mais empregados para disposição e tratamento dos resíduos químicos perigosos, dentre os quais se incluem: os aterros de armazenamento, as lagoas superficiais, o armazenamento em formações geológicas subterrâneas e as injeções em poços.

Resíduos Químicos Perigosos

Uma vez que nem massa, nem energia, podem ser criadas, apenas transformadas, quando o ser humano modifica os elementos do espaço em que habita, cria resíduos. Estes resíduos, quando não reutilizados, precisam ser acondicionados de forma a não prejudicar a população humana, animal e os ecossistemas. Neste momento nosso planeta vive um desequilíbrio, devido ao aumento populacional, entre outros, a demanda de resíduos produzidos, é maior do que a capacidade da natureza de reabsorção dos mesmos.


Logo, a necessidade de acondicionamento adequado se torna de vital importância, o que nos leva ao tema proposto: os Resíduos Químicos Perigosos, ou Resíduos Classe I.

Os aterros de armazenamento, lagoas superficiais, o armazenamento em formações geológicas subterrâneas e as injeções em poços, são potencialmente perigosos para os lençóis freáticos, tornando a adoção destes métodos inviáveis, dependendo da classificação do resíduo. Os tambores podem sofrer um processo de deterioração, facilitando que estes resíduos sejam liberados para o meio ambiente, portanto também não são recomendados.




Tratamento de Resíduos Classe I: devem ser acondicionados de acordo com as devidas regras, estipuladas por Lei¹. Objetiva transformar estes Resíduos Perigosos em material reutilizável, reciclado, ou menos perigoso. Estes tratamentos podem ser físico-químico, biológico, ou químico.

Tratamento Físico-químico: provoca a separação da solução aquosa, tornando o resíduo sólido eventualmente reutilizável, como por exemplo a recuperação de solventes.

Tratamento biológico: são utilizados iodo ativado e filtros biológicos. Consegue alcançar taxas de remoção de 60% de periculosidade, cada metodologia é adaptada para uma situação em particular, existem controvérsias a respeito, mas e engenharia genética tem contribuído para que este tipo de tratamento seja utilizado.

Tratamento químico: utiliza a remoção de metais pesados, neutralização de ácidos entre outros e inclusive a incineração em alguns casos.


Edna Molina
out/2015


Bibliografia:
"BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: O desafio do desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005"


18/03/14

Aprendizado e Conhecimento X Sabedoria



"O caminho da Sabedoria é não ter medo de errar."(1)
"Aprender uma coisa significa entrar em contato com um mundo do qual não se tem a menor ideia. É preciso ser humilde para aprender."(2)

Fico impressionada ao me deparar com a quantidade de pessoas “comendo livros com farinha” e também com a quantidade de informações capazes de assimilar. O ser humano é fantástico. 

Nas reuniões sociais, adoram citar frases nitidamente inteligentes e às vezes até profundas... Porém, são frases de outras pessoas, não são criadas por elas ...São somente palavras, não foram nem vivenciadas e nem sentidas em seu caminhar. Estas pessoas recebem informação, têm algum conhecimento, mas...não conseguiram se tornar sábias.

No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém. 

É gratificante ir verificando no decorrer do ano, crianças em diferentes faixas etárias e a rapidez com que os pequenos se transformam a cada novo aprendizado. Mudam atitudes, forma de falar, se vestir, comportamentos e essa mudança é facilmente constatada.

É uma Lei Natural no ser humano, aprender e mudar. Em se tratando das crianças, nenhuma novidade, quem tem filhos sabe disso. Eles olham a vida de peito aberto e com entusiasmo! São pequeninas “esponjas” que absorvem tudo que ensinamos.

As resistências começam quando essa criança vai recebendo todos os tipos de condicionamentos, através de informações indiscriminadas, onde se fazem presentes as repressões “adestramentos”, dos pais, da sociedade, da escola, da religião, da mídia. Formam-se então os ranços e crenças, tanto mentirosas, como improdutivas, tais como: “sou pobre, mais sou limpinho, os ricos não são felizes (ou são safados, mentirosos, etc.), sexo é feio, pau que nasce torto, morre torto, quem não se sacrifica não vence na vida". Uma infinidade delas. Este assunto é extenso e pode gerar outro post, mas neste momento do desenvolvimento humano, se instalam os três grandes "empecilhos" do sucesso na vida humana: a culpa, o medo e a raiva!

Já no ensino dos adultos, a coisa muda muito de figura, conforme averiguei nesta experiência, uma grande parcela destes alunos, resistia aos novos paradigmas agarrando-se com unhas e dentes às velhas crenças com as quais foram condicionados, como se mudar fosse perigoso. Entendo essa atitude, por que desde pequenos, foi incutida em nosso inconsciente a ideia de que as coisas devem ser sempre iguais para trazer segurança.

Esses alunos aprenderam a desenhar os símbolos gráficos, porém, não passaram o que foi aprendido pelo “Fogo da Fornalha”. Até assimilaram o que foi ensinado, aprenderam e ler e escrever, entenderam a informação, adquiriram o conhecimento... Mas resistiram vigorosamente a utilizar a luz destes novos conhecimentos para iluminar suas velhas crenças arraigadas, por anos de valores falidos, que nunca foram comprovados. Seria comodismo? Ou Puro medo do “castigo dos céus”? (O famigerado "ranço cristão").

Me resta perguntar a você, que está lendo estas palavras se é capaz de virar para seu espelho e perguntar para aquela pessoa que está te olhando, até onde você é resultado de informações não analisadas criteriosamente? Até onde suas velhas crenças estão introjetadas no seu inconsciente?  Até onde você é influenciado por elas nas suas escolhas? Não acha que seria importante saber quem é, de verdade, que comanda seus passos? Seria a mídia, a igreja, instituições falidas, conceitos morais arraigados... Ou seria você mesmo? Até onde você tem certeza disso? Quando descobrir, estará finalmente indo ao encontro da Sabedoria.

Rubem Alves

No livro "O amor que acende a lua", vejam o que diz Rubem Alves a este respeito:

Transformação pelo Fogo.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo do que ela é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.



By Edna Molina

*1 e 2 - Palavras Essenciais, Paulo Coelho.