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24/05/21

Poesia - Ryane Leão "Jamais Peço Desculpas por me Derramar"




Você é uma mulher que descrevem como forte
é a primeira coisa que falam, quando te conhecem
realmente há́ muita coragem correndo no seu sangue
mas também há́ feridas e revoltas.

Quem te acompanha nas quedas
é quem você quer que fique
o resto pode ir.

Você é o excesso do excesso
tudo ou tudo você é uma estrada
que nem sempre dá no mesmo lugar
você é um país que ninguém vai
dominar.

Se irritam contigo porque você acredita e vai até́ o fim
e mesmo quem não te entende vidra em você

Você é uma mulher que carrega fogos de artifício
por dentro, ao invés de borboletas
quando você ama você ilumina
as beiras de todas as praias
como nos dias de ano novo
cheios de possibilidades

Você é noite de lua cheia semana de carnaval
gole de cachaça docinha música ao vivo na rua
numa tarde de sol e todas essas coisas
que mexem com a cabeça de qualquer pessoa

dizem que você dá medo
porque
diz o que pensa e faz o que quer

você é previsão de pancadas de chuva
e quem é que já́ conseguiu parar um temporal?
quem se afastou de ti e tentou te calar
é porque percebeu que não pode te controlar
só́ permanece quem é de mergulhar




você decora discos inteiros memoriza risos
e sabe que banho de rio
melhora qualquer desalinho

você aprendeu a ser mais gentil com o seu corpo
você não força mais a barra consigo mesma
e se dá́ tempo pra descansar

você é uma mulher que sabe
que outras mulheres vieram antes
pra que agora você firmasse a sua voz
e suas ancestrais agradecem por você
ser o grito que elas não puderam dar

você não é uma flor você é toda uma floresta

bonita

incomum

imensa

inesperada

seu conselho:
preste atenção em onde pisa porque
as minhas raízes
continuam a crescer.



03/09/19

Poética - Análise de Poema


Curso: Licenciatura em Letras – Português/Inglês
Disciplina: Poética – Literatura Brasileira
Análise de Poema – Cláudio Manoel da Costa
Poemas Escolhidos - Soneto I

– “Para cantar de amor tenros cuidados,
Tomo entre vós, ó montes, o instrumento;
Ouvi pois o meu fúnebre lamento;
Se é, que de compaixão sois animados”
...


Este poema faz parte das Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio, foi publicado em Coimbra, onde o poeta estudou, em 1768 e republicado em 1903.
O eu-lírico aparece na forma de figuras mitológicas, “Orfeu, Anfião, Gênios, Apolo”. Ele pede compaixão à natureza, há uma interação, contexto bucólico, faz dos “montes” um instrumento para cantar o amor.
Cláudio Manoel da Costa entendia que o Arcadismo representava uma forte mudança de pensamento e estética, seus poemas tinham um toque renascentista e barroco. Ele segue o fluxo das mudanças da época e apresenta em seus poemas linguagem clara, sem os excessos de metáforas, antíteses, linguagem rebuscada e paradoxos do estilo barroco, seguindo o fluxo da transição do mesmo para o Arcadismo.
Embora os poetas de sua época abolissem as rimas, ele resolveu mantê-las. Ressalta as penhas, grutas e rochedos que se referem à paisagem nativa de Mariana-MG, onde nasceu, sendo um poeta telúrico.
Ele se inspira no encontro do homem com a natureza, a fuga da cidade para o campo, buscando o equilíbrio. Através de poesias líricas, fala de seus sentimentos, e do desejo de se afastar da vida urbana e suas futilidades.



Referências Bibliográficas:
Material didático – Literatura Brasileira: Poética – Unidade II. Disponível em: < https://bb.cruzeirodosulvirtual.com.br/bbcswebdav/courses/982_12_60_BACKUP/backup_lit_bra_poe_grad_content/un_II/teorico.pdf>. Acesso em: 17/05/2016.