ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Morfologia - morfo + logia –
“estudo da forma” - é o estudo dos
elementos que formam as palavras e dos processos por meio dos quais eles se
combinam.
Semântica: é um ramo da linguística que estuda
o significado das palavras, frases e textos de uma língua.
Cognatas: são palavras com
mesmo radical, e mesma família. São palavras que têm ligação semântica. (ex;
sábado e sabão, não são palavras cognatas).
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Sincronia e Diacronia
A
sincronia refere-se ao estudo que
tem por base um determinado estado da
língua, não importando o que ocorreu anteriormente a ela. Por exemplo, se
fizermos uma descrição dos tempos e modos dos verbos no português atual, estaremos
fazendo um estudo sincrônico. Um estudo sincrônico, no entanto, não deve
necessariamente abordar a língua atual. Assim sendo, se fizermos o mesmo estudo
com base nos verbos do português do século XIV, por exemplo, esse também será
um estudo sincrônico, porque estamos abordando
apenas uma fase da língua.
A
diacronia consiste em uma abordagem
da língua ao longo do tempo, ou seja, considerando as mudanças pelas
quais essa língua passou. Vamos a um exemplo: vamos tratar das mudanças
por que passou o pronome “você”. No português arcaico – uma variante do
português falada na Idade Média –, havia a forma de tratamento “vossa mercê”. Essa forma foi progressivamente
contraindo-se até a forma “você”.
ELEMENTOS MÓRFICOS OU
MORFEMAS
O
elemento mínimo portador de significado na estrutura de uma língua. Formativo: nome genérico para qualquer
elemento mínimo constituinte da palavra. Os
elementos mórficos dividem-se em formas livres e formas presas:
Forma livre:
forma que pode, por si só, constituir um enunciado. Açúcar:
palavra sozinha é suficiente para que o enunciado tenha sentido de modo que os
interlocutores se entendam.
Forma presa: Uma
forma presa, ao contrário, nunca forma um enunciado sozinha. O artigo “O” na frase “O
açúcar” é uma forma dependente. Ou como o –s
do plural.
Forma dependente:
forma que, não sendo presa, se combina a outra em um enunciado, como o artigo
em “a batata”.
RADICAL
Radical:
elemento básico, que dá origem a várias palavras de uma mesma família, dá-se o
nome de radical. Podemos
ter radicais primários e radicais secundários.
Raiz:
núcleo mínimo de um radical ou base.
Base:
elemento que constitui o núcleo de uma construção morfológica; forma sobre a
qual um processo atua para a formação de uma palavra.
Obs.: Se
uma palavra está ligada a mesma idéia, ela só pode ter um radical – Portanto: Alomorfe: Radical
+ = Med onho Medonho / Medr (Alomorfe) oso Medroso.
AFIXOS
Afixo:
forma presa que se liga à base ou radical na formação de uma palavra.
Os
afixos são elementos mórficos que se
acrescentam ao radical. São, portanto,
formas presas. Enquanto os radicais pertencem a um inventário aberto (que
pode expandir-se), os afixos são constituídos por um inventário fechado, ou
seja, não surgem novos afixos.
Em
português, há dois tipos de afixos: os
prefixos e os sufixos.
Prefixo:
Chama-se prefixo o morfema que se acrescenta antes do radical. Os prefixos, em geral, não alteram a classe
gramatical de uma palavra.
Sufixo: Chama-se
sufixo o morfema que se acrescenta depois
do radical. Os sufixos têm uma dupla função: o acréscimo semântico (significado) e a mudança de classe gramatical. Os
sufixos fazem também o aumentativo e o diminutivo. GRAU.
Sufixo:
morfema que se pospõe ao radical, como -eza em
“clareza”.
Sufixo adverbial: que
forma advérbios. É o sufixo -mente em
português: “felizmente”.
Sufixo nominal: que
forma substantivos ou adjetivos, como -eza e -oso (a).
Sufixo verbal: que
forma verbos, como -izar.
PALAVRAS VARIÁVEIS E
INVARIÁVEIS
As
palavras invariáveis não mudam de forma (ex: cedo),
já as variáveis mudam por meio da flexão
nominal e flexão verbal. (ex: aluno, aluna,
chegou, chegaram).
DESINÊNCIAS
Chamam-se
Desinências elementos responsáveis
pela flexão das palavras variáveis. Elas servem para estabelecer diferenças
gramaticais entre as palavras, como gênero,
número, tempo etc. As desinências que servem à flexão nominal são as desinências nominais, e as que servem à flexão verbal são as desinências verbais.
A parte da Morfologia que se dedica à flexão das palavras chama-se
Morfologia flexional.
Desinências Nominais: dividem-se
em desinências de gênero e de número.
As
Desinências de Gênero diferenciam masculinos
e femininos:- aluno
e aluna. As Desinências de Número,
singular e plural: - café, cafés.
Em
Morfologia, a ordem dos elementos é muito rígida. Observe que a desinência de
gênero vem sempre ANTES da de número. (Ex.: alun –
o – s)
Alomorfes: as
formas variantes são chamadas de alomorfes. Isso significa que a desinência -o
possui um alomorfe zero. Como Ø tem um significado gramatical (indica gênero
masculino), ele é um morfema, chamado de morfema
zero. – No caso de número temos alomorfes, ou morfema Ø, nos vocábulos lápis, Xerox.
Desinências Verbais:
dividem-se em desinências modo-temporais, que indicam o modo e o tempo verbal (Ex.: chega –
chegava) e,
Desinências número-pessoais que
indicam a pessoa e o número. ,(Ex.: chega – chega-mos). Elas são morfemas
cumulativos, ou seja, cada uma indica dois fatos gramaticais.
A ordem é muito importante
para a Morfologia. No caso dos verbos, as desinências
modo-temporais sempre vem ANTES das número-pessoais
A ordem em MORFOLOGIA: RADICAL
– VT – DMT – DNP
RADICAL – A BASE
VT – VOGAL TEMÁTICA
DMT – DESINÊNCIA MODO
TEMPORAL
DNP – DESINÊNCIA NUMERO
PESSOAL
Quando
a palavra possui um sufixo, as desinências vêm depois dele, como em “caseiros”: cas- (radical) + -eir- (sufixo) + -o
(desinência de gênero) + -s (desinência de número).
VOGAL TEMÁTICA
Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber
as desinências. Elas podem ser NOMINAIS (substantivos) e VERBAIS (verbos).
As Vogais Temáticas
Nominais são: A, E, e O – (pedr-a / dent-e / livr-o).
As Vogais Temáticas
Verbais são: A, E e I – (Cheg-ar / Corr-er / Ouv –ir)
A – Desinência
de gênero – mas aparece em palavras masculinas: o planeta
E – o
chefe/a chefe.
Vogal Tônica –
diferente – de Vogal Temática!! (Ex.; Café – cipó).
Os
nomes terminados pela vogal temática -e
podem ser masculinos, como “dente” e “pote”
ou femininos, como “estante” e “grafite” (sim, “a
grafite”)
ELEMENTOS DE LIGAÇÃO
Os
elementos de ligação dividem-se em consoantes
de ligação e vogais de ligação.
CONSOANTES DE LIGAÇÃO: Em
português, as consoantes de ligação são:
-r- -l-, -z- e -t-, que ocorrem, por exemplo em: “língua-r-udo” “pau-l-ada”,
“bambu-z-al” e “café-t-eira”.
VOGAIS DE LIGAÇÃO:
Outros elementos que servem para ligar dois morfemas são as vogais de ligação.
Em português, são as vogais -i-, -o-, presentes, por exemplo, nas
palavras “pern-i-longo”
e “gas-ô-metro”.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
O LÉXICO PORTUGUÊS
O
léxico é o conjunto das palavras existentes em uma língua. Essas palavras podem
ter origem na própria língua ou em outras.
O
léxico (vocabulário) da língua portuguesa tem origem principalmente no latim vulgar, tanto pelo uso diário dos falantes,
quanto pelo esforço intelectual dos escritores e estudiosos. Latim era a língua
falada em Roma, que chegou a ocupar praticamente toda a Europa, norte da África
e parte da Ásia. No século II a. C, o Império Romano anexou o território da Lusitânia
como província romana. Desta forma o Latim chegou à região, que se localiza na
Península Ibérica, que atualmente é ocupada por Portugal e Espanha.
A
história começa a mudar no ano de 476 d. C., quando ocorreu a queda do Império
Romano do Ocidente. O latim, porém, não desapareceu. Ele tornou-se língua
científica até o século XIX e, ainda hoje, é a língua oficial do estado do
Vaticano e da Igreja Católica. Com o final do império, o latim vulgar começou a
modificar-se gradualmente, gerando as chamadas línguas românicas, entre as quais,
a língua portuguesa.
Os
primeiros documentos escritos em português (escritos
em uma variante conhecida como galego-português) de que se tem
conhecimento vão surgir só no século XII. Neles, o vocabulário era limitado,
com palavras herdadas do latim vulgar por via popular, ao qual se adicionaram
outras de línguas de povos vizinhos, como o provençal, o castelhano e o árabe.
Por que o árabe? É que os árabes dominaram a Península Ibérica por muitos anos.
Eles ficaram lá entre 711 e 1492, quando foram expulsos na chamada Reconquista.
À
medida que a sociedade se torna mais complexa, a língua a acompanha. Muitas
palavras são incorporadas a partir do latim clássico por escritores como
Camões. A partir dessa fase (século XVI), passa-se a designar o idioma como português moderno.
O
Léxico português provém de três fontes: O Latim, os empréstimos estrangeiros e
a formação de palavras.
Basílio
(1987), ao tratar da formação lexical, distingue três motivos pelos quais se
formam palavras. A formação de palavras serve para a mudança de classe
gramatical: verbos a partir de substantivos,
advérbios a partir de adjetivos, etc.
Ex.:
favor – favorecer – favorecimento
A
formação de palavras serve também, a mudança de significado:
Ex.:
pedra, pedrinha
Mas
o principal motivo da FORMAÇÃO DE PALAVRAS é que ela facilita a MEMORIZAÇÃO.
Observe
que a formação dessas palavras segue uma sequência rígida, em que a ordem de
acréscimo dos sufixos é fixa:
Ex.:
norma - normal
- normalizar - normalização
OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE
PALAVRAS
Basicamente,
há dois processos de formação de palavras: a composição e a derivação. Há outros menos produtivos: a abreviação
vocabular e a onomatopeia:
COMPOSIÇÃO: A
composição é o processo por meio do qual se formam palavras a partir de duas ou
mais palavras. Logo, são compostas palavras como
“beija-flor”, “vaivém”, “banana-maçã”, “azul marinho”, “amor-perfeito”,
“girassol”, “biografia” etc.
DERIVAÇÃO: A
derivação consiste na formação de palavras a partir de um único radical, ao
qual se acrescenta um afixo ou uma vogal temática.
Derivação Progressiva: A
derivação progressiva pode ocorrer por meio do acréscimo de um prefixo
(derivação prefixal), Ex.: desrespeito
de
um sufixo (derivação sufixal): Ex.: pianista
ou de um prefixo e de um sufixo
simultaneamente (derivação parassintética). Ex.: anoitecer
Derivação Regressiva: A
derivação regressiva ocorre, como no último exemplo, por meio do acréscimo de
uma vogal temática ao radical. Ex.: choro
Derivação Imprópria ou Conversão:
– sofre
apenas mudança da classe gramatical: Ex.: O jantar
foi servido ( jantar utilizado como substantivo), quando na verdade é um
verbo: jantar.
Abreviação vocabular ou
redução: redução dos fonemas de uma palavra formando outra de
mesmo significado: Ex.: fotografia = foto,
fonologia = fono
Onomatopeia: consiste
na formação de palavras por meio da reprodução aproximada de sons que não
pertencem à língua falada, como em “tique-taque”.
COMPOSIÇÃO
A
composição é o processo de formação de palavras por meio da reunião de dois ou
mais radicais, que passam a exprimir conceito novo e único e, não raro,
desvinculado do sentido de cada um de seus componentes.
Tomemos,
por exemplo, a palavra “amor-perfeito”. Nela,
temos a reunião de duas formas livres,
que
adquirem um significado novo (o nome da flor).
Há,
também, os compostos formados por radicais latinos e gregos, que só ocorrem em
palavras compostas, como “psicologia”. Estes, geralmente, pertencem à linguagem
científica ou literária. Ex.: amor-perfeito /
psic(o) – logia.
Tradicionalmente,
diz-se que os elementos da composição na escrita, podem apresentar-se juntos,
do mesmo modo que uma palavra simples, como “girassol”,
ou ligados por hífen, como “guarda-chuva”.
Grafia dos Compostos: Os
compostos podem ser escritos juntos, separados por hífen, ou separados sem
hífen. Ex.: girassol
/ amor-perfeito / pé de cabra
Propriedades dos Compostos:
1ª propriedade: a
ordem é fixa.
Estrada de
ferro
Ferro de
estrada (errado)
2ª propriedade: não
se pode inserir um elemento entre os componentes da palavra.
Podemos
dizer “estrada de ferro antiga”, mas não “estrada antiga de ferro” ou “estrada de antigo ferro”.
3ª propriedade: os
elementos não podem ser substituídos.
Da
mesma forma, não podemos substituir “estrada de
ferro” por de “estrada de aço”, por
exemplo, pois o significado se altera completamente.
4ª propriedade: não
se pode suprimir nenhum elemento.
Em
“viajei pela estrada de ferro” não se pode
suprimir qualquer elemento, como em “viajei pela
estrada” ou “viajei pelo ferro”.
COMO SE FORMAM OS COMPOSTOS
Os
compostos são formados por um processo sintático e não morfológico. Que isso
quer dizer? Isso significa que uma palavra composta é formada a partir de uma
frase ou de parte dela.
Por
exemplo, palavras como “saca-rolhas”, “beija-flor”
e “ganhapão” formaram-se a partir de expressões como “objeto que saca rolhas”, “ave que beija flor” e “ofício com que se ganha o pão”.
Outro
tipo de composição são os chamados “cruzamentos
vocabulares”, também designados como blend, mistura, fusão vocabular,
palavra entrecruzada, amálgama, mesclagens lexicais etc. Esse tipo de
composição visa a alcançar um efeito cômico por meio da reunião de palavras,
como em “chocólatra”, (de “chocolate” +
“alcoólatra”).
Em
alguns desses compostos, os elementos se ligam devido a semelhanças de sonoridade, como “chafé”,
“trêbado”, “apertamento”, “burrocracia”, “lixeratura”, “paitrocínio”,
“showmício”, podendo indicar, também, posição intermediária, como “portunhol”, “brasiguaio”, “namorido”, “batatalhau”. Em outros, substitui-se um fragmento
por outro que possui semelhança de
significado (real ou suposta), como em “bebemorar”
e “carreata”.
A aglutinação, é a perda de fonemas que
ocorre em certos compostos, como “aguardente”, de
“água” + “ardente”. Nos compostos em que não ocorre perda de fonemas,
diz-se, por oposição à aglutinação, que se trata de justaposição.
POR QUE SE FORMAM OS
COMPOSTOS
Uma resposta bem simples a essa pergunta é:
formam-se compostos para designar alguma coisa quando não existe uma palavra
simples para nomeá-la; mas essa resposta é, para dizer o mínimo, insuficiente.
Pode-se afirmar que o “pé de cabra” é assim
designado porque tem a extremidade dividida – como a pata do animal –, e
não existe outro substantivo para nomear essa ferramenta. Da mesma forma, “batata da perna” daria nome a um músculo situado
na perna e semelhante a uma batata.
Evidentemente,
além desse motivo, podemos dizer que se formam compostos pela mesma razão que
se formam palavras por outros processos, ou seja, os compostos facilitam a
memorização. Por exemplo, algumas espécies animais dividem-se em centenas,
milhares, milhões e até bilhões de subespécies, que, em geral, são designadas a
partir do nome genérico, como “lobo-guará”,
“urso-polar” etc., ou por semelhança a outra espécie mais conhecida, como “elefante-marinho”. Outras são designadas por
associação de sua forma de comportamento ou aparência a algum objeto ou outro
animal, como “estrela-do-mar”, “louva-a-deus”,
“beija-flor”, “bicho-preguiça” etc. Em alguns casos, combina-se, ainda,
o nome genérico e uma das associações citadas, como
“tubarão-martelo”, “tubarão-baleia” etc.
Tipos de compostos:
Os
compostos podem ser formados por:
a)
dois substantivos: bicho-preguiça,
decreto-lei;
b)
substantivo + adjetivo: baleia-azul;
c)
substantivo + preposição + substantivo:
castanha-de-caju;
d)
dois adjetivos: luso-brasileiro,
azul-marinho;
e)
adjetivo + substantivo:
verde-bandeira;
f) verbo + substantivo: beija-flor;
g)
verbo + preposição + substantivo: louva-a-deus;
h)
verbo + verbo: perde-ganha;
i)
verbo + conjunção + verbo: leva e
traz;
j)
verbo + advérbio: pisa-mansinho;
k)
advérbio + adjetivo: sempre-viva;
l)
numeral + substantivo:
segunda-feira;
m)
pronome + substantivo: Vossa
Excelência;
n)
dois pronomes: aqueloutro;
o)
frase substantivada: estou-fraca
(mesmo que galinha d’angola), deus nos acuda etc.
FLEXÃO DE PLURAL DOS
COMPOSTOS
Podemos
ter como base o plural de grupos sintáticos, para compreendermos a flexão de
plural dos compostos. Nos compostos formados por dois substantivos, como “bicho-preguiça”, o segundo elemento é
determinante do primeiro, funcionando como um adjetivo.
Ex.: bichos-preguiça / Saias – rosa / “jaquetas verde-bandeira”
Em
alguns casos, a relação entre os substantivos pode ser de coordenação, isto é,
eles têm valor equivalente. Tomemos,
por exemplo, a frase: “decretos-leis”.
Quando
o composto é formado por substantivo +
adjetivo, a relação entre eles é simples: o adjetivo concorda com o
substantivo: Camisas brancas. Isso explica
por que o plural de “baleia-azul” é “baleias-azuis”.
A concordância nominal também explica os plurais “segundas-feiras”
e “Vossas Excelências”.
Nos
compostos formados por substantivos
ligados por preposição, somente o primeiro elemento flexiona-se: Camisas de seda. Isso explica por que o plural de “castanha-de-caju” é “castanhas-de-caju”.
Verbos
não admitem desinências nominais, como o -s de plural. Também não há
concordância entre o verbo e o substantivo em função de complemento. Veja: esse passarinho beija a flor – esse passarinho beija as
flores. Isso explica por que o plural de “beija-flor”
é “beija-flores”.
Observações:
1.
Compostos que se escrevem juntos flexionam-se como palavras simples, como “vaivém” (plural: “vaivéns”).
2.
Em compostos de adjetivo + adjetivo,
como “luso-brasileiro”, flexiona-se o último elemento: “luso-brasileiros”.
3.
Em “jaquetas azul-marinho”, o adjetivo
composto não varia, pois “marinho” refere-se a “azul” e não a “jaqueta”. O
mesmo vale para “azul-celeste”.
4.
Em “meninos surdos-mudos”, os dois elementos
flexionam-se, pois a relação entre eles é de coordenação (surdos e mudos), como
em “decretos-leis”.
5.
Advérbios são palavras invariáveis, o que justifica os plurais “pisa-mansinho”, “sempre-vivas”.
6.
Os substantivos formados por verbo repetido, como “corre-corre” admitem duas
formas de plural: “corre-corres” e “corres-corres”.
7.
As frases substantivadas são invariáveis: (a)
“estou-fraca” – (as) “estou-fraca”, (o) “deus nos acuda” – (os) “deus nos acuda”.
GLOSSÁRIO:
Abreviação:
processo de formação de palavra por meio da redução de fonemas.
Adjetivo:
palavra que se liga a um substantivo para expressar uma característica: “dia
quente”.
Advérbio:
palavra que modifica um verbo (acordar cedo), um adjetivo (bastante claro) ou
outro advérbio (muito perto).
Categoria lexical:
expressão utilizada na teoria gerativa transformacional para designar classes
de palavras.
Categorias gramaticais:
classes de noções gerais expressas obrigatoriamente na estrutura da língua,
sobretudo por meio de flexões.
Competência lexical:
conhecimento internalizado do falante nativo sobre o léxico de sua língua,
abrangendo itens lexicais, relações lexicais e processos de formação.
Conjunção:
palavra invariável que estabelece ligação entre orações ou termos da mesma
oração.
Composição:
processo de formação de palavras a partir de dois ou mais radicais.
Consoante de ligação:
consoante que liga dois morfemas, como o -r- de “linguarudo”.
Conversão:
processo de formação de palavra a partir de palavra de outra classe gramatical.
Desinência nominal:
morfemas que indicam a flexão de gênero (masculino e feminino) e de número
(singular e plural) dos nomes
Desinência modo-temporal: ver
desinência verbal. Desinência nominal: morfemas que indicam a flexão de gênero
(masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.
Desinência número-pessoal:
ver desinência verbal. Desinência verbal: morfemas que indicam flexão de tempo e modo (modo-temporais)
e número e pessoa (número-pessoais) dos verbos.
Derivação:
processo de formação de palavras a partir de um único radical / Derivação: formação de palavra pela
adição de um afixo a uma base.
Derivada:
palavra formada por derivação.
Derivante:
palavra que funciona como base de uma derivação.
Derivação imprópria:
ver conversão.
Derivação parassintética:
formação de palavra por meio de acréscimo simultâneo de um prefixo e de um
sufixo a um radical.
Derivação prefixal:
formação de palavra por meio de acréscimo de um prefixo a um radical.
Derivação progressiva:
formação de palavra por meio de acréscimo de um afixo (prefixo ou sufixo) a um
radical.
Derivação sufixal:
formação de palavra por meio de acréscimo de um sufixo a um radical.
Empréstimo:
palavra que é integrada ao léxico de uma língua, sendo originária de língua
diversa.
Flexão:
propriedade das palavras de variar em gênero, número (nomes), tempo, modo, pessoa
e número (verbos) / Flexão: variação
sistemática na forma das palavras para a expressão de categorias gramaticais.
Forma livre:
forma que pode constituir um enunciado sozinha. Haplologia: supressão de uma
sílaba semelhante a outra que ocorre em sequência.
Invariável:
ver palavra invariável.
Lexia:
unidade lexical memorizada. Pode ser simples, como “pé”, composta, como “pé de
cabra”, complexa estável, como “cidade universitária” e textual, como “quem
tudo quer tudo perde”.
Léxico:
conjunto das palavras existentes em uma língua.
Numeral:
palavra que indica quantidade, posição numa ordem, multiplicidade ou fração.
Palavra
invariável: palavra que possui flexão. Palavra variável: palavra que não possui
flexão.
Prefixo:
morfema que antecede o radical, como des- em “desleal”.
Preposição:
palavra invariável que liga termos da mesma oração. Pronome: palavra que
representa um nome.
Sufixo:
morfema que se pospõe ao radical, como -eza em “clareza”.
Radical:
morfema que contém o significado básico de uma palavra, como “leal” em
“desleal”.
Substantivo:
palavra que nomeia seres, ações, características, sentimentos etc.
Redução: ver
abreviação.
Verbo:
palavra variável em tempo, modo, número e pessoa. Semanticamente, expressa um
fato (ação, estado).
Desinência de gênero: ver
desinência nominal. Desinência de número: ver desinência nominal.
Morfema zero (ø):
ausência de morfema que se contrapõe a outro morfema, como a ausência de -s no
singular em “aluno”, que se opõe ao -s em “alunos”.
Palavra:
conceito de difícil definição. Na língua escrita, sequencia de caracteres entre
espaços e/ou sinais de pontuação.
Palavra invariável:
palavra que possui flexão. Palavra variável: palavra que não possui flexão.
Paradigma:
modelo; esquema de variações formais de subclasses de palavras.
Primitiva:
palavra não gerada por processos lexicais de formação.
Produtividade:
potencialidade de um elemento ou processo de formação na produção e/ou no
reconhecimento de formas.
Radical: morfema
que contém o significado básico de uma palavra, como “leal” em “desleal”.
Substantivo:
palavra que nomeia seres, ações, características, sentimentos etc.
Substantivo:
palavra que nomeia seres, ações, características, sentimentos etc.
Sufixo:
morfema que se pospõe ao radical, como -eza em “clareza”.
Tema:
radical acrescido de vogal temática; o termo é usado, sobretudo em referência a
flexões.
Vogal temática:
vogal a que se junta a um radical, constituindo o tema, a que se juntam as
desinências.
Vogal de ligação:
vogal que liga dois morfemas, como o -o- de “gasômetro”.
Edna
Molina
Maio/2016
Bibliografia:
Resumo
e compilações das Apostilas do Curso de Letras da Universidade Cidade de São
Paulo,
VOLP-
Vocabulário Ortográfico de Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras
na internet no link: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm?sid=23
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KEHDI, Valter. Formação de Palavras em Português. 5. ed. São Paulo: Ática,
2003.
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________. Morfemas do Português. 6. ed. São Paulo: Ática, 2004. Obras
disponíveis on-line
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BASÍLIO, Margarida. Teoria Lexical. São Paulo: Ática, 1987. Disponível em
http://www. ebah.com.br/content/ABAAAA2eYAL/teoria-lexical. Acesso em 31 out.
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KEHDI, Valter. Joaquim Mattoso Câmara Jr. Contribuições aos estudos da língua
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Disponível em http://pt.scribd.com/
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