Páginas

terça-feira

Poética - Análise de Poema


Curso: Licenciatura em Letras – Português/Inglês
Disciplina: Poética – Literatura Brasileira
Análise de Poema – Cláudio Manoel da Costa
Poemas Escolhidos - Soneto I

– “Para cantar de amor tenros cuidados,
Tomo entre vós, ó montes, o instrumento;
Ouvi pois o meu fúnebre lamento;
Se é, que de compaixão sois animados”
...

Este poema faz parte das Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio, foi publicado em Coimbra, onde o poeta estudou, em 1768 e republicado em 1903.
O eu-lírico aparece na forma de figuras mitológicas, “Orfeu, Anfião, Gênios, Apolo”. Ele pede compaixão à natureza, há uma interação, contexto bucólico, faz dos “montes” um instrumento para cantar o amor.
Cláudio Manoel da Costa entendia que o Arcadismo representava uma forte mudança de pensamento e estética, seus poemas tinham um toque renascentista e barroco. Ele segue o fluxo das mudanças da época e apresenta em seus poemas linguagem clara, sem os excessos de metáforas, antíteses, linguagem rebuscada e paradoxos do estilo barroco, seguindo o fluxo da transição do mesmo para o Arcadismo.
Embora os poetas de sua época abolissem as rimas, ele resolveu mantê-las. Ressalta as penhas, grutas e rochedos que se referem à paisagem nativa de Mariana-MG, onde nasceu, sendo um poeta telúrico.
Ele se inspira no encontro do homem com a natureza, a fuga da cidade para o campo, buscando o equilíbrio. Através de poesias líricas, fala de seus sentimentos, e do desejo de se afastar da vida urbana e suas futilidades.

Referências Bibliográficas:
Material didático – Literatura Brasileira: Poética – Unidade II. Disponível em: < https://bb.cruzeirodosulvirtual.com.br/bbcswebdav/courses/982_12_60_BACKUP/backup_lit_bra_poe_grad_content/un_II/teorico.pdf>. Acesso em: 17/05/2016.


Educação x Pobreza - Filosofia nas Escolas = Degradação Social


A consequência da pobreza no Brasil, é decorrente
de uma educação pobre: em todos os níveis.1



A pobreza precisa ser erradicada sim, óbvio, mas o analfabetismo também é "inerradicável", por que é do interesse das minorias monopolizadoras dominantes. Se tivéssemos educação de qualidade a pobreza poderia ser efetivamente erradicada. Se houvesse "vontade política", as escolas e professores chegariam até os confins de qualquer parte do país, levando merenda, ou o que fosse preciso para uma educação decente.

Ainda assim, ensinar a escrever o nome e um bilhete, não é alfabetizar. Vá a um ponto de ônibus e pergunte para qualquer pessoa: “Você terminou os estudos?” 90% delas responderá: “Sim, já acabei o terceiro”. Ora! Desde quando terminar o segundo grau é "terminar os estudos", como corre "a boca pequena"?!? Que tipo de entendimento do que é "se formar", é este gente? De onde veio? #indignada
O segundo grau não dá profissão nenhuma. Temos uma população que, ao final do segundo grau escreve "menas", "ci centindo", "excessão"! São os chamados "analfabetos funcionais", ainda pior são os universitários cometendo erros infantis em resenhas e outros trabalhos. #javimuito
O Brasil não soube implantar a progressão continuada do prof. Paulo Freire (ou não era conveniente?), seria preciso antes desconstruir a cultura do paternalismo exacerbado pela ditadura. O paternalismo é arrogante porque considera as pessoas incapazes, ninguém é burro não, esta atitude torna a população uns "mimadinhos", sem vontade, preguiçosos, querem tudo fácil, e pior: cansei de ouvir pessoas trocando a palavra roubar por “pegar”. Oi!? Consciência, por onde andas?!
Gente mimada não evolui, não toma conta da própria vida, só sabe criticar os outros, invejar aqueles que vão em frente, não sabe, não quer, assumir a responsabilidade pela própria educação, como a progressão continuada exige, desconhece o significado de meritocracia.
Embora o ensino tecnicista tenha seu grau de importância para um país, da maneira como é coordenado hoje, não forma um cidadão, não adianta termos "especialistas de cabeça vazia". Há que se ensinar a pensar, coerentemente, criticamente. A Filosofia faz isso, não pode ser retirada das escolas, ou ser "matéria opcional.
Nossos adolescentes ainda não podem simplesmente abrir as suas asas e jogar-se no vácuo das escolhas sensatas! Por que eles não têm asas! Motivo? Simples: são filhos do paternalismo. A filosofia é matéria fundamental do pensamento. Estão cometendo o mesmo "erro" de implantação da progressão continuada, na intenção de tornar os brasileiros menos "pensantes", isso é absurdamente claro!
Me admira a nossa mídia, formadora de opiniões...Só pode ser muito manipulada, caso contrário estariam colocando a “boca no trombone” contra esta insensatez, contra este descaso com a geração vindoura, estão criando mais "vaquinhas de presépio", como se já não as tivéssemos abundantemente por aqui.
Tudo isso no século XXI. A Inteligência Artificial batendo às nossas portas. Bem me lembro, no século passado, há 37 anos um comentário: “no século vindouro o mundo será dividido apenas em 2: os ricos, cada vez mais ricos e os pobres, cada vez mais pobres". #constatando
Sem falar dos professores: cursaram filosofia para quê? Triste... :( o Brasil está regredindo na educação. #nãosouprofessoradefilosofia
Este texto é resultado de um comentário no post de uma querida amiga que é psicóloga, a Patrícia Cazeiro. Quando, raramente, entro no facebook, dou uma olhada nos murais das pessoas que respeito e a Paty é uma delas, inspiradora! Gratidão Paty, este post dedico a você.

1.me
Edna Molina
Novembro/2016 


Glossário:
O que é "ensino": substantivo masculino - 1. transferência de conhecimento, de informação, esp. de caráter geral; instrução."e. superior" - 2. p.met. o sistema (e os métodos) adequado a essa transferência.

O que é "educação": substantivo feminino - 1.ato ou processo de educar(-se). - 2.aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano; pedagogia, didática, ensino.


sexta-feira

Romantismo em Portugal - Fase Ultrarromântica

Características do 2º período do Romantismo, em Portugal no
trecho final do livro Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco.

Em Amor de Perdição observa-se o toque do drama, da tragédia e do sentimentalismo, característicos da segunda fase do Romantismo, chamada “Ultrarromântica”.

No começo é possível observar a abnegação e resignação em Mariana: - “... sentada com o rosto sobre os joelhos, parecia sucumbir ao quebranto das trabalhosas e aflitivas horas daquele dia...”, mas ela continuava ali, velando por ele, entregue à paixão que lhe abrasa o coração!

Na postura de Simão, humanização do vento: “... atento a um assobio da ventania: devia de soar-lhe como um ai plangente aquele silvo agudo...”, até o vento estava lamentoso! Ele, desolado, enredado em sua incomensurável tristeza, acaba imputando ao vento seus sentimentos sombrios...

Também surge Atração pela morte e resignação na carta de Teresa: "... É já o meu espírito que te fala Simão... A hora que te escrevo, tu estás para entrar na nau dos degredados, e eu na sepultura...”. Ela tinha tuberculose e consciente de que sua doença era incurável, ela aceita a morte, quase agradecida, por que sua partida para o além tiraria do seu peito a dor pungente pela ausência do seu amado.

Linguagem oral do diálogo: “... Quem te diria que eu morri, se não fosse eu mesma, Simão...”? Ela pergunta, como se Simão estivesse a ouvi-la e pudesse responder... talvez num sussurro dos ventos...

O escapismo e a fantasia surgem aqui“... A vida era bela... Estou vendo a casinha que tu descrevias...cercada de árvores, flores e aves...Estrelava-se o céu, e a Lua abrilhantava a água...”.

Camilo castelo Branco foi o principal autor romancista de Portugal, teve uma vida sofrida e trágica o que é refletido em sua obra.

Edna Molina
Set/2016

Referências:
Apostila da Universidade Cruzeiro do Sul – Unidade II – Literatura Portuguesa – Prosa
Acesso em 14/09/2016


domingo

Resumo Didática

Nas definições sobre Didática, percebemos alguns termos como: educação, ensinar, aprendizagem, processo, prática pedagógica.

 A Didática está ligada à Pedagogia, no que diz respeito à procura de uma educação melhor e um processo ensino-aprendizagem mais significativo tanto para professores quanto para alunos.

Sendo a educação um processo que evolui numa construção constante ao longo da vida das pessoas, a Didática deve preocupar-se com a maneira como esta construção será desenvolvida, visando não só o conhecimento e habilidades a serem adquiridas, mas também as relações humanas dentro de um contexto sócio-histórico-cultural.

O trabalho didático realizado nas escolas reflete uma evolução e construção que se baseiam num processo de análise, modificação e aprimoramento, que chamamos de reflexão-ação-reflexão.

Sendo a prática educativa um fenômeno social e universal, necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades, é preciso que as finalidades e meios da realização do processo educacional, orientem-se a respeito do tipo de sociedade que se espera e do homem que viverá nessa sociedade. Não há sociedade sem prática educativa, nem prática educativa sem sociedade. Sobre o texto acima podemos perceber as seguintes afirmativas:
 - Os propósitos e práticas educacionais estão ligados a práticas sociais.
 - Para que o processo educativo aconteça, é preciso uma orientação sobre as finalidades e os meios da sua realização.

A Teoria das Inteligências Múltiplas, que somam um total de 8 (oito), foi proposta por Howard Gardner (1985) como uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação.

Mais sobre Howard Gardner: neste artigo, (http://www.atecedeira.com.br/2016/08/howard-gardner.html) fala-se em 9 (nove), inteligências.

A Didática permite transformar o processo de ensino em processo de aprendizagem, favorecendo a participação e desenvolvimento do aluno.

A aprendizagem envolve diferentes dimensões do ser humano:
 - Ao propiciar o desenvolvimento de habilidades motoras, estamos trabalhando com a aprendizagem motora ou motriz.
- A aprendizagem cognitiva, como o próprio nome nos remete, refere-se à aquisição e assimilação de novas informações, conceitos ou conhecimentos.
- A Dimensão Humana do processo de aprendizagem refere-se à criação de relações interpessoais entre alunos, professores e direção, criando um clima afetivo importante e muitas vezes responsável, tanto pelo sucesso quanto pelo fracasso da aprendizagem.
                       
Texto: “A notícia veio de supetão: iam meter-me na escola. Já me haviam falado nisso, em horas de zanga, mas nunca me convencera que realizassem a ameaça. A escola, segundo informações dignas de crédito, era um lugar para onde se enviavam as crianças rebeldes. Eu me comportava direito: encolhido e morno, deslizava como sombra. [...] A escola era horrível – e eu não podia negá-la, como negara o inferno. Considerei a resolução de meus pais uma injustiça. [...] Lembrei-me do professor público, austero e cabeludo, arrepiei-me calculando o rigor daqueles braços. Não me defendi, não mostrei as razões que me fervilhavam na cabeça, a mágoa que me inchava o coração. Inútil qualquer resistência. (RAMOS, Graciliano. Infância, Rio de Janeiro: Record, 1995, p. 104.) Fonte: Inep/MEC- Enade/Pedagogia/2005.

O texto do escritor Graciliano Ramos traz lembranças de sua entrada na escola, que expressam um momento da Educação brasileira. Entretanto, o pensamento pedagógico tem-se modificado ao longo do tempo, contrapondo-se ao modelo de escola evidenciado no texto. Este contraponto é expresso por:
- Valorização da criança, do afeto entre professor e aluno, das reflexões sobre as formas de ensino que considerem o saber das crianças;
- Dimensão dialógica do processo ensino/aprendizagem com ênfase nas relações igualitárias;
- Preocupação com a formação humana relacionando as dimensões humana, econômica, social, política e cultural.
                      
Bons professores têm uma boa cultura acadêmica e transmitem com segurança e eloquência as informações em sala de aula; Bons professores também cumprem o conteúdo programático, mas seu objetivo fundamental é ensinar os alunos a serem pensadores e não repetidores de informações.
- A adoção de determinada abordagem pelo professor não se dá de forma aleatória;
- As diferentes abordagens de ensino estão cada qual ligada a conceitos e escolhas mais profundas;
- Se relacionam a ideologias, visão de mundo e visão de educação, por exemplo.



Projeto Político Pedagógico, é uma forma de organização do trabalho pedagógico da escola que facilita a busca de melhoria da qualidade do ensino.

Segundo Vasconcelos (2002): Ao elaborar o Projeto Político Pedagógico, é preciso que se considerem alguns pontos muito importantes:
 - Marco referencial / diagnóstico / programação.
Com relação à participação docente no Projeto Político Pedagógico podemos afirmar que:
 - É partir da elaboração do PPP que professores se envolvem na elaboração de outros tipos de planos ou planejamentos.

Dentre os princípios norteadores do Projeto Político Pedagógico, como forma de organização do trabalho da escola, tem grande relevância a gestão democrática.
 - Buscar a gestão democrática inclui a amplamente o envolvimento de todos os elementos constituintes da comunidade escolar em todas as decisões ou ações, sejam administrativas, financeiras ou pedagógicas;
 - A gestão democrática pressupõe a construção do Projeto Político Pedagógico, com participação crítica e ampla, assegurando assim a transparência das ações e decisões da comunidade;
 - A gestão democrática fortalece e legitima as pressões sofridas, garantindo o controle sobre acordos estabelecidos e favorecendo a discussão sobre diferentes questões que de outra forma poderiam nem ser cogitadas.
 - A construção do Projeto Político-Pedagógico passa pela autonomia da escola e pela sua capacidade de delinear sua própria identidade.

Com relação aos objetivos de ensino podemos afirmar que:
 - O estabelecimento de objetivos serve de orientação tanto para o professor quanto para os alunos, na medida em que a aula deve ser preparada pelo professor, mas compartilhada pelos alunos em direção à aprendizagem.

Em relação à avaliação é correto afirmar:
 - A forma como o professor concebe a avaliação reflete sua postura filosófica em face da educação.
 - Ao avaliar o aproveitamento escolar do aluno, o professor deve utilizar técnicas diversas e instrumentos variados, pois, quanto maior for a amostragem, mais perfeita será a avaliação. 

Em relação ao planejamento escolar é correto afirmar:
 - É o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição.

O Plano de Aula é um documento importantíssimo na organização do ensino e aprendizagem. Dele depende muitas vezes o sucesso do trabalho do professor e da participação e aprendizagem dos alunos. Por este motivo ele deve ser elaborado de forma integral, com uma visão de conjunto, detalhando as atividades a serem realizadas e os objetivos gerais e específicos, que se esperam alcançar.
 - O plano de aula é um documento que orienta o trabalho do professor.
 - No plano de aula as atividades propostas devem estar descritas de forma a atender os objetivos propostos.

Ser professor significa desenvolver atividades pedagógicas e projetos político-pedagógicos, questionar a própria prática e refletir sobre o fazer profissional. Na proposta de formação do professor-pesquisador entende-se que o docente deve:
 - Organizar a sua ação a partir da articulação prática-teoria-prática.

O objetivo de um plano de ensino é:
 - O Plano de Ensino serve como ponto de partida para o fazer pedagógico do professor. É nele que estão os objetivos da disciplina bem como todo o conteúdo, de forma detalhada, que será abordado.

Com relação aos procedimentos de ensino (metodologias e estratégias), é correto afirmar que:
 - Ao selecionar os procedimentos de ensino, o professor deve se preocupar com a adequação destes procedimentos às necessidades dos alunos, para que os mesmos se sintam desafiados e estimulados a aprender.

Ao desenvolver seu trabalho baseado na visão dos quatro pilares do conhecimento, o professor:
 - Planeja suas ações voltando-se para o desenvolvimento dos alunos, mas também para seu próprio crescimento como profissional da educação.

Ao analisarmos “Os quatro pilares da educação”, sugeridos no relatório de Delors, é correto afirmar que:
 - Aprender a viver juntos pede o desenvolvimento da convivência, do entendimento, aceitação e relacionamento no desenvolvimento de uma cultura de paz, na realização de projetos ou tarefas em equipe.
 - Aprender a fazer está ligado a competências e habilidades a serem desenvolvidas, tanto para realizar tarefas materiais, quanto para preparar o aluno no enfrentamento de soluções práticas para situações do dia-a-dia.
 - Aprender a conhecer mostra a necessidade de aprender a aprender, desenvolvendo nos alunos a vontade da pesquisa e estudos constantes, na busca pelo conhecimento e aprendizagem durante toda a vida.
 - Aprender a ser pressupõe o desenvolvimento de pensamentos próprios, de autonomia e responsabilidade pessoal, além do preparo para a tomada de decisões e formação para a cidadania.

A formação profissional do professor deve propiciar continuamente reflexões e relações entre teoria e prática. A respeito desta afirmação Libâneo diz:
  - “a teoria vinculada aos problemas reais postos pela experiência prática e a ação prática orientada teoricamente”.

Segundo os autores Carvalho&Perez, citadas no texto base desta unidade, podemos afirmar como correto que:
 - As concepções que guiarão este trabalho para que seja realizado de forma eficiente, deverão ter início na formação inicial do professor. É preciso que se considere uma base comum nacional para esta formação, a qual se apoia em cinco eixos, a saber:
1. Sólida formação teórica;
2. A unidade teoria e prática, sendo que essa relação diz respeito ao como se dá a produção de conhecimento na dinâmica curricular do curso;
3. O compromisso social e a democratização da escola;
4. O trabalho coletivo;
5. A articulação entre a formação inicial e continuada.

O principal recurso de ensino para o aprendizado do aluno: O Professor.


Excertos da Apostila - A Didática e seu Objeto de Estudo

Para Castro (2001: p.15) “a primeira peculiaridade do processo de ensinar, pois, seria sua intencionalidade, ou seja, ajudar alguém a aprender”.

A escola deve, portanto, na figura do professor, assegurar aos alunos um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, criativo e crítico, contribuindo para a formação de cidadãos ativos, criativos e críticos, capazes de participar nas lutas pelas transformações sociais.

A aprendizagem apresenta-se como um processo complexo. Este processo não se refere somente à aquisição de conteúdos ou informações necessárias durante o período escolar. É muito mais que isso.

É um processo de aquisição, assimilação, aprimoramento e internalização, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, de ser, pensar e agir.

Como processo, a aprendizagem envolve dimensões do ser humano que são mais ou menos estimuladas, conforme o tipo de aprendizagem que estiver sendo desenvolvido. Podemos citar os seguintes tipos de aprendizagem:

Motora ou Motriz: é a aprendizagem que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades motoras, como por exemplo, andar de bicicleta, escrever, pular corda, desenhar, etc.

Cognitiva: Esta aprendizagem diz respeito à aquisição e assimilação de novas informações, conceitos ou conhecimentos. Por exemplo: o alfabeto, a numeração, a estrutura da água, o planeta solar, etc.

Afetiva ou emocional: Importantíssima na sala de aula refere-se aprender a sentimentos e emoções.

Embora os exemplos acima, não há como fragmentar em sala de aula, diferentes tipos de aprendizagem. Visto que o aluno é um ser integral, constituído de diferentes dimensões: cognitiva, afetivo-emocional, atitudes e valores, competências e habilidades; o processo de aprendizagem se desenvolve conforme as necessidades e tendências destes alunos.

 É preciso que o aluno esteja pronto para determinados assuntos e desenvolva condições de aprendizagem. Trata-se da maturação, que consiste em mudanças nas estruturas físicas e mentais dos alunos, que influenciam o desenvolvimento fisiológico e anatômico do sistema nervoso. Isso determina se o aluno está maduro para determinada tarefa, ou seja, se está apto a realizá-la. Só se aprende quando se estiver maduro para esta aprendizagem.

Dimensão Humana: Por meio das relações interpessoais que ocorrem no processo de aprendizagem, entre alunos, professores e direção, há a criação de um clima afetivo importante e muitas vezes responsável tanto pelo sucesso quanto pelo fracasso da aprendizagem. A falta de empatia entre os sujeitos do processo, assim como a forte identificação entre eles, interessa muito à Didática, uma vez que influenciará diretamente em seu objeto de estudo: o ensino e a aprendizagem.

Dimensão Político-Social: Vivemos em determinado tempo, com uma cultura e valores específicos de nossa sociedade. Além disso, temos nossas opiniões e posições políticas e sociais que transmitimos em nossos trabalhos e consequentemente nas relações com a escola.
Assim também nossos alunos. Deste modo, o processo ensino-aprendizagem ocorre dentro de
um contexto político-social que influencia o trabalho realizado nas escolas.

Dimensão Técnica: O processo ensino-aprendizagem ocorre na escola e na aula. Ele é intencional e deve ser orientado por objetivos que levem os alunos a aprender. Destaca-se então a dimensão técnica, no desenvolvimento de objetivos, seleção de conteúdos, técnicas e recursos de ensino, processos de avaliação, planejamentos, enfim todo o respaldo técnico necessário para que a aprendizagem efetivamente ocorra, constituindo-se no núcleo da dimensão técnica do processo de aprendizagem.

Compreender e aceitar a aprendizagem como um processo, leva o professor a apontar diferenças fundamentais sobre sua docência, entendendo a diferenciação existente entre o processo de ensino e processo de aprendizagem. Ensino é diferente de aprendizagem.

No processo de ensino as ações estão centradas na figura do professor. É o professor que transmite informações, avalia, dá direções e estabelece critérios. O aluno figura como objeto deste processo, recebendo, absorvendo e reproduzindo as informações fornecidas pelo professor. Ele promove todas as ações para que o processo se complete e cabe ao aluno receber, absorver (ou não) e reproduzir. A não reprodução significaria que não houve aprendizagem.

No processo de aprendizagem o aluno torna-se sujeito do processo. Busca informações, tira dúvidas, elabora textos, participa e questiona, sempre ao lado de um professor que agora assume a postura de mediador, facilitador e incentivador da aprendizagem. No processo de aprendizagem, o aluno é o sujeito do processo e o professor auxilia. O sujeito é, na verdade, o aprendiz, que pode ser tanto o aluno quanto o professor.

Bibliografia:
O filme: “Nenhum a menos”, de Zhang Yimou , China, 1999.
http://brevidades-regma.blogspot.com/2011/01/resenha-nenhum-menos-uma-leitura-das.html
acesso em 20 de janeiro de 2012.
http://www.infoescola.com/cinema/nenhum-a-menos/ acesso em 20 de janeiro de 2012.
referências:
CASTRO, Amélia Domingues. A Trajetória Histórica da Didática. Disponível em
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/amb_a.php?t=020. Acesso em jan.2009
CASTRO, Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs. Ensinar a Ensinar:
didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7.ed. São Paulo, Editora Ática.
2002. Série Educação.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez,1993. Coleção magistério – 2º grau.
Série formação do professor
MASETTO, Marcos Tarciso. Didática a aula como centro. 4. ed. São Paulo:FTD,1997.
Verbete: didática. Dicionário Priberam. Disponível em
<http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx> Acesso em jan.2009
Verbete: didática. Dicionário Michaellis. Disponível em
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues
portugues&palavra=didática Acesso em Jan.2009
Apostila Unicid.

Edna Molina
Setembro/2016



sábado

Abordagens de Ensino e Aprendizagem


1 - A escolha da abordagem de ensino aprendizagem
2 - O uso das novas tecnologias na educação.




Com referência à tirinha apresentada, a Mafalda não teve participação no processo e não gostou disso. O professor não confiou nela o suficiente para deixar que ela pegasse o vaso, colocasse as sementes, molhasse a terra... Observe que no começo ela mostra uma expressão feliz e interessada, até que o professor vai e acaba com o “mistério” do desfecho. Ele retirou da Mafalda o direito de se “espantar” com uma nova descoberta! Este potencial do “espanto” e do encantamento, que as pessoas têm, é também uma ferramenta de motivação para novos conteúdos.

Ao trabalhar com este exemplo, estaremos nos apoiando na Abordagem Tradicional, onde o ensino é centrado no professor, e onde o aluno apenas recebe o conteúdo de forma sistematizada passivamente, memoriza e reproduz, sem direito a questionamentos.

Minha escolha pessoal não seria esta, por que quero sentir a gratificação de constatar ao final do período letivo, que meus alunos serão capazes de reflexões acerca de si mesmos e do mundo, de transmitir ideias próprias, criativas e que por causa disso, eles têm uma nova perspectiva das suas vidas. Que consigam compreender que são livres, que não têm que aceitar imposições descabidas, que conhecem seus limites e respeitam os dos outros, que podem mudar as situações em torno de si mesmos e terem a crença de que a sociedade pode evoluir e de que eles podem sim, fazer a diferença nela.

Não creio que seja somente o caso do nos adaptarmos às novas tecnologias, claro que é uma nova “linguagem” e quem não aprender, estará estacionado no método tradicional, que é um paradigma arcaico. Precisamos rever nossa abordagem e postura, nos reinventarmos. A metodologia vem antes de qualquer recurso. Este é um momento da educação, em que temos o privilégio de ter inúmeros recursos tecnológicos, que de nada adiantarão, se o conteúdo, a abordagem e a metodologia, não forem adaptados para atenderem todo o potencial de que estes recursos são capazes de nos acrescentar.


Edna Molina
Agosto/2016


Bibliografia:
Vídeo “Tecnologia ou Metodologia’- Disponível em:
Material didático Unicid – Didática – Unidade II. Disponível em: