Com referência à tirinha apresentada, a
Mafalda não teve participação no processo e não gostou disso. O professor não
confiou nela o suficiente para deixar que ela pegasse o vaso, colocasse as
sementes, molhasse a terra... Observe que no começo ela mostra uma expressão
feliz e interessada, até que o professor vai e acaba com o “mistério” do
desfecho. Ele retirou da Mafalda o direito de se “espantar” com uma nova
descoberta! Este potencial do “espanto” e do encantamento, que as pessoas têm,
é também uma ferramenta de motivação para novos conteúdos.
Ao trabalhar com este exemplo, estaremos nos apoiando na Abordagem
Tradicional, onde o ensino é centrado no professor, e onde o aluno apenas
recebe o conteúdo de forma sistematizada passivamente, memoriza e reproduz, sem
direito a questionamentos.
Minha escolha pessoal não seria esta, por que quero sentir a
gratificação de constatar ao final do período letivo, que meus alunos serão
capazes de reflexões acerca de si mesmos e do mundo, de transmitir ideias
próprias, criativas e que por causa disso, eles têm uma nova perspectiva das
suas vidas. Que consigam compreender que são livres, que não têm que aceitar
imposições descabidas, que conhecem seus limites e respeitam os dos outros, que
podem mudar as situações em torno de si mesmos e terem a crença de que a
sociedade pode evoluir e de que eles podem sim, fazer a diferença nela.
Não creio que seja somente o caso do
nos adaptarmos às novas tecnologias, claro que é uma nova “linguagem” e quem
não aprender, estará estacionado no método tradicional, que é um paradigma
arcaico. Precisamos rever nossa abordagem e postura, nos reinventarmos. A
metodologia vem antes de qualquer recurso. Este é um momento da educação, em
que temos o privilégio de ter inúmeros recursos tecnológicos, que de nada
adiantarão, se o conteúdo, a abordagem e a metodologia, não forem adaptados
para atenderem todo o potencial de que estes recursos são capazes de nos
acrescentar.